domingo, 7 de março de 2010

De repente 30! O.o

Hoje de manhã passou reprise de Friends exatamente do episódio que a Rachel surta porque é o seu aniversário de 30 anos. Consequentemente, enquanto os amigos tentam animá-la, vemos flashbacks mostrando que a passagem dos 29 para os 30 anos é difícil para todo mundo.

E aí eu fiquei pensando... Por que a idéia de completar 30 anos é tão assustadora?! O.o

Parece que existe um consenso entre as pessoas que, depois dos trinta, devemos nos "transformar"em pessoas sérias, pais de família e profissionais de sucesso. Pensando assim, não é mais tão difícil entender porque tanto medo de ultrapassar a barreira das três décadas...


Oras... Você não é obrigado a encontrar o amor da sua vida antes do trinta. Namorar é bom, e antes esperar para casar com a pessoa certa que gastar com advogado no divórcio. Filhos?! Não interessa quantos você tem, ou qual a idade deles... Eles sempre darão trabalho, e vai haver aqueles dias que você se achará um fracasso como pai. Também não conheço ninguém (exeto artistas e jogadores de futebol) que com trinta anos estejam no auge da carreira. Um profissional que pára de crescer aos trinta anos, não é um bom profissicional.


Ah, sim... Quanto ao "pessoas sérias"... Quem quer deixar de gozar a vida e passar a ser uma pessoa carrancuda pelo resto dos seus dias?



Vivendo sob padrões tão rigídos, qualquer um surtaria no último dia dos seus 29 anos...



_



Quando era criança, considerava velha uma pessoa de 30 anos. Por isso, é compreensivo se assustar com a constação que você está prestes a entrar no clube das "pessoas velhas". Das pessoas que deveriam ter o emprego dos sonhos, o carro do ano e a casa impecável.


Mas a grande novidade é: o mundo não acaba aos 30 anos!

Ok, vou confessar... Você se sente velha quando acorda de manhã e descobre que não adianta mais apenas lavar os olhos com água bem fria para esconder as olheras e as rugas. Sim! rugas! Elas estão lá, ainda pequeninas e disfarçadas, mas ameaçadoras o suficiente para você começar a acreditar em todas as propagandas de cremes anti-idade e sair correndo atras do seu revendedor AVON / Natura / Boticário. Maquiagem, de repente, começa a ser artigo de primeira necssidade, e não se limita mais a um bom baton e sombra.

Sabe aquele regime de passar o dia inteiro apenas tomando água para poder entrar no vestido que você quer usar na festa do dia seguinte? Não funciona mais. "Fechar a boca" não é mais o suficiente para emagrecer. Seu corpo já descobriu seus truquezinhos e agora exige treinamento de verdade: com exercícios e dieta balanceada.

Ah, sim! Se como eu, você gosta de literatura variada e se encanta com mangás, HQs e livros ambientados em mundos mágicos e/ou sobrenaturais, esteja preparado para ouvir do vendedor: "É para o seu filho/sobrinho?" E responder com aquele sorriso amarelo: "Não, é pra mim mesma!".

Mas, por outro lado, existe uma constatação geral ao entrar nesta idade "mágica".

  • Primero, tavez, seja entender que envelhecemos, de verdade, e que nada vai mudar isso. E quando digo entender, quero dizer... sentir nosso corpo respondendo de maneira diferente aos esforços a que o submetemos. E com isso, nos entendermos melhor e procurar viver melhor também.

  • Segundo é chegar no ponto que todos traçaram objetivos para nós e descobrir que não alcaçamos nenhum deles. E não os alcançamos justamente porque estes não eram nossos objetivos verdadeiros, mas apenas um estereótipo do que um "adulto" deveria ser, mas ninguém é. A partir daí, estamos "livres" para fazer o que bem entendemos da nossa vida e, acreditem, todos vão considerá-lo amadurecido por causa disso.

  • Terceiro, e mais importante: descobrir que a vida continua e que não faz a menor diferença quantos anos você tem, mas que o importante é quantos anos você viveu! Descobrir que toda essa preocupação é uma grande besteira e começar a viver, de verdade, se livrando dos parâmetros chatos que inventaram para a vida "adulta".

Colocando na balança, não posso reclamar das mudanças depois dos trinta. Eu adoro marcar um X em todos aqueles produtos dos catálogos de cremes e maquiagem sem precisar pedir permissão. Correr no mercado quando dá aquela vontade de comer chocolate sem maiores explicações ou comprometer o orçamento por causa da bolsa maravilhosa que você achou no shopping sem ouvir sermão. Ensaiar milhões de desculpas para os pais para pedir dinheiro emprestado? Que nada! O gerente do banco está aí para isso... e ainda ofecere cafezinho numa poltrona confortável.

Claro, nem tudo chega de repente, simplesmente pelo fato de se completar mais uma década. São pequenas conquistas ao longo do caminho. Algumas coisas também vão se perdendo, mas mais porque nós não queremos mais, sem espaço para lamentação, apenas boas recordações. No geral, posso dizer os ganhos foram maiores e melhores que as perdas.

(E que, assim como a Rachel, passado o surto, tudo volta ao normal)

Um comentário:

  1. Ain Bastet adorei!

    Essa fase acho q nós superamos o medo de não ser esteriotipos de felicidade pré-fabricada e nos sentimos mais livres pra ser quem somos. Superar qualquer medo dá essa sensação de liberdade.

    Só pena essa liberdade não vir quando nosso corpinho reage a qualquer dieta. Seríamos poderosas demais ;*

    ResponderExcluir

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...